quinta-feira, 17 de abril de 2008

A Senhora Holle



Era uma vez uma viúva e suas duas filhas.

Uma delas era bonita, delicada e obediente.

A outra era malcriada,preguiçosa e desobediente.

Porém, a viúva gostava mais desta, porque era sua filha verdadeira.

A outra filha entretanto, era maltratada demais, e tinha de fazer todo serviço da casa, sem descanso, de domingo a domingo.

A viúva fazia a menina sentar todos os dias junto a um poço e fiar até que seus dedos sangrassem.

Um dia, ela fiou tanto na roca, que sujou-a toda de sangue.

Pôs-se a lavar a roca, quando esta, tchibun! Caiu dentro do poço!

Chorando muito contou à madastra o que aconteceu.

Impiedosa, a madrasta respondeu:

_ Você não deixou a roca cair?Agora vai ter que ir buscar !

Sem saber o que fazer e sem outra opção, a menina obedeceu a madastra e saltou dentro poço para ir buscar a roca.

Quando caiu, ela desmaiou.

Passado algum tempo, acordou num lindo lugar onde o sol brilhava

forte ,com milhares de flores enfeitando os jardins com suas cores e odores.

Admirada com tanta beleza, a menina continuou andando.

Só parou quando encontrou um forno cheio de pãozinhos dentro.

O pãozinho então gritou: _Ai!Tire-me daqui, estou pegando fogo! Há muito tempo que já

estou cozido! Tira-me daqui!

A menina então tirou um pãozinho de cada vez até o último.

Voltou a andar novamente e encontrou uma macieira carregadinha de maçãs.

E macieira lhe disse:_ Ajude-me, colha minhas maçãs, elas já estão maduras e pesam muito!

Pacientemente, a menina colheu maçã por maçã, até a última.

Prosseguindo seu caminho, encontrou uma pequena casinha.

Recostada na janela encontrava-se uma velha com os maiores dentes que ela já tinha visto na vida.

A menina ficou com muito medo e pensou em fugir dali imediamente.

_Não precisa ter medo criança, eu não lhe farei mal algum!Fica comigo e se você me ajudar direitinho, vou ser muito boa para você. Só tem uma coisa, quando você for arrumar a minha cama sacode bem o edredom, para que as penas que lá se encontram possam voar igual flocos de neve.

_ Qual é o seu nome? – perguntou a menina

_ Meu nome é Senhora Holle.

A senhora era tão amável e bondosa que a menina logo logo se sentiu feliz e protegida.

Para agradar a senhora, sempre sacudia o edredom do jeitinho que ela gostava, fazendo as penas voarem igual flocos de neve.

A menina fazia o serviço da casa com alegria e satisfação. A senhora sempre tinha um carinho e uma palavra amiga, além de oferecer-lhe uma casa confortável e um bom cozido à mesa.

Tão diferente da sua própria casa,onde só lhe ofereciam desprezo e restos de comidas.

Mas depois de um certo tempo, apesar de toda boa vida que levava e de ser muito bem

tratada, a menina começou a sentir saudades de casa e comunicou à Senhora Holle que

desejava voltar.

_ Apesar de ficar triste por você partir. Eu a entendo.E por ter me servido tão bem,

eu mesma levarei até lá em cima.

As duas caminharam até chegar a um portão aberto. No momento em que a menina

passou sobre ele, caiu em cima dela uma chuva de ouro.

O ouro grudou nos seus cabelos, nas suas roupas, no seu corpo inteirinho!

Ao se despedir a senhora Holle lhe entregou a roca de fiar que tinha caído dentro do

poço.

Depois que o portão fechou, a menina chegou ao mundo lá de cima, e logo que pisou no quintal,o galo começou a cantar:

Cococoricó, cocoriqui!
A menina de ouro está aqui


Quando a viúva viu a menina coberta de ouro, começou a tratá-la muito bem, mas por puro interesse.

A menina contou-lhe tudo que lhe aconteceu, e diante de tudo que ouviu, a viúva

elaborou um plano.

Ia mandar sua filha verdadeira para o fundo do poço, para ela ter a mesma sorte da outra e ganhar uma fortuna em cima da velha feiosa.

No outro dia, a filha malcriada da viúva sentou-se no poço e pôs a fiar.

E para que a roca tivesse bastante sangue, picou seus dedos no espinho de uma roseira, depois lançou a roca no fundo do poço e pulou atrás igual a sua irmã havia feito.

Ela chegou ao mesmo campo de flores, mas nem reparou em sua beleza.

Mas adiante encontrou o forno com os pãezinhos assando.

O pãozinho gritou:_ Ai!Tira-me daqui, estou pegando fogo! Há muito tempo que já

estou cozido! Tira-me daqui!

Mas a indolente menina respondeu_ Eu não! Saia sozinho, eu não quero me sujar!

E seguiu seu caminho encontrando a macieira que falou:_ Ajude-me, colha minhas maçãs, elas já estão maduras e pesam muito!

Mas a malcriada respondeu: Há! Mas que idéia!Onde já se viu? Veja se eu vou colher maçãs!
E continou a caminhar.

Mas adiante encontrou a casa da Senhora Holle e ela estava recostada na janela como disse a irmã.
A menina só não ficou com medo da senhora porque a irmã já havia contado sobre os dentes enormes que ela possuía.

Quando a Senhora Holle a convidou para trabalhar, a menina prontamente aceitou.

No primeiro dia correu tudo bem.
No segundo dia, a preguiça começou a bater.
No terceiro dia acordou tarde e a preguiça aumentou.

Neste dia, ela não arrumou a cama da Senhora Holle e nem fez as penas voarem como flocos de neve.

Irritada, a Senhora Holle a despediu e a conduziu até o portão.

A menina ficou toda feliz pensando que fosse ganhar uma chuva de ouro.

Mas quando passou embaixo do portão, ao invés de ouro, caiu-lhe por cima um monte de piche.

_ Esta é a recompensa pela sua ganância._Disse a Senhora Holle.

Quando a preguiçosa chegou em casa, o galo cantou:

“Cocoricó, cocoriqui,
a menina suja chegou aqui”


Dizem por aí que a menina anda toda suja de piche até hoje.

A Versão Original dessa história "Frau Holle" é dos Irmãos Grimm.
Essa versão é uma adaptação de minha autoria.

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