sexta-feira, 10 de outubro de 2008

As Desventura s de D. Joaninha

Uma história de minha autoria para vocês. Espero que gostem.



Era uma vez uma joaninha, chamada Dona Joaninha.

D. Joaninha é bem pequenininha e muito vermelhinha, uns até dizem por aí que ela não é de se jogar fora, não.
Espevitada, bonitinha e muito simpática é assim, a D. Joaninha.

Dona Joaninha mora na rua dos cafundós nº 00, esquina com Ipê Amarelo lá no jardim da casa da vovó Lili.

Certo dia, Dona Joaninha saiu bem cedinho de casa para lavar seu cachecol branco. Ela pretende usar o cachecol branco na festa de Janinha, a Tanajura.
Esta é a festa mais badalada do momento. Todos os moradores Jardim não falam em outra coisa. Das borboletas às minhocas ninguém quer perder a festança.

D. Joaninha também não quer perder a festa não.
Porque Dona Joaninha é uma joaninha bem pra frentex.

Ela gosta muito de dançar, conversar, e vejam vocês, não contem pra ninguém, é namoradeira, como ela só!
Adora viver de abracinhos e beijinhos com seu namorado, o seu Joano, que é um joaninho, bastante invocado.

Mas voltando ao assunto, D. Joaninha saiu bem cedo aquela manhã, muito alegre e apressada para lavar o tal cachecol.
Serelepe, ateu as asinhas, mas não voou.
D. Joaninha decidiu ir caminhando para aproveitar o sol da manhã.
Dizem por aí, que caminhar é muito bom para a saúde. Então, lá foi ela!
Como é muito conversadeira, Dona Joaninha parava sempre para cumprimentar um e outro, distribuindo sorrisos e alegria pelo caminho.

Seus amigos e vizinhos moradores do jardim adoravam a simpática Joaninha que sempre tem uma palavra carinhosa para todos.

- Belo dia Dona Borboleta!
- Vai pela sombra seu Jabuti!
- Como vai seu filhinho Dona Baratinha?
- Já fez o mel abelhinha Melisa?
- Olha o sol, seu caracol!

Mas, o que D. Joaninha não sabia, era que nem tudo seriam flores naquele dia.
Os netos da vovó Lili, estavam visitando-na.
E essa, era uma notícia muito importante, crucial mesmo,para todos os moradores do jardim.

Pois todos sabiam, que quando os netos da vovó Lili chegavam, nem a própria casa era lugar seguro. Aquelas crianças são muito levadas, fuçam tudo, mexem em tudo!
Fazem uma bagunça sem fim!Infernal! Monumental!

Nas férias do ano passado, eles pegaram a pobrezinha da D. Leta, a borboleta e arrancaram suas anteninhas sem dó nem piedade. Seu Jabuti é outro que sofre nas mãos daquelas crianças que insistem em fazer seu casco, de bola de futebol.

Dona Joaninha jura já ter visto de tudo na sua vidinha. Mas o que ela não consegue entender é como o ser humano que tem capacidade até de sorrir, maltrata animaizinhos que não tem como se defender.

Mas indiferente ao perigo, D. Joaninha foi lavar suas roupas no riachinho de água empoçada pelo pinga-pinga da torneira do jardim.
Distraída, D. Joaninha só se deu conta do perigo que corria, quando ouviu os primeiros gritos dos meninos. Aí, ela quase desmaiou!

Nervosa, tratou de lavar seu cachecol bem rapidinho, para se trancar na sua casa até o anoitecer. Mas o perigo já se aproximava ! E bem rapidinho!
Os netos da vovó Lili tinham aberto a torneira e o riachinho que era bem pequeninho, se transformou numa tremenda aguaceira que arrastaram a pobre da Dona Joaninha com uma força brutal.

Tomada pela surpresa e agarrada ao seu cachecol branco, Dona Joaninha não sabe como arranjou forças para gritar:

- Socorro!glub glub! Salvem-me! Glub glub!
Zezé, a lavadeira que passava ali por perto quase não acreditou no que seus olhos viam.
Seria mesmo a Dona Joaninha se afogando?
Sem pensar duas vezes, a esperta Zezé deu um vôo rasante e resgatou a pobre da Dona Joaninha da daquela tormenta aquática.

Quando chegou em casa, toda molhada e cansada, Dona Joaninha chorou olhando para seu cachecol todo sujo de areia e folhas amassadas.
Que pena! Depois do sufoco que passou, ela ainda não iria na festa badalada de Janinha, a tanajura!

Mas Beija-flor que é muito gentil, quando soube do que aconteceu com sua amiga, resolveu ajudar.

De biquinho em biquinho, trouxe água e encheu um pequeno pote.
A Lagarta Marta, esfregou com suas várias mãos o cachecol até que ele ficou brilhando de branquinho, branquinho.

As borboletas, num flap flap animado secaram a batinha com suas asas solidárias.
Quando a operação limpeza acabou a noite já havia chegado, e todos foram juntos para a festa da Tanajura Janinha.

D. Joaninha com seu cachecol branco não cabia em si de tanta felicidade.

E pensou cá com suas bolinhas: Como é bom ter amigos!

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