sábado, 28 de fevereiro de 2009

recados para orkut

RecadosOnline - Veja só o que temos de novo sobre Ursinhos. Clique aqui!


Ontem fui ao Zoo e notei mais uma vez aquilo que sempre noto nas minhas visitas:Os usinhos de pelúcia são igualzinhos aos ursos de verdade...mas igualzinhos mesmo, a única e vital diferença é que os ursinhos de pelúcia a gente pode agarrar, abraçar,dormir juntinho, beijar...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Amigos


Existem muitas maneiras da gente ser feliz, uma delas é ter amigos...

Ter amigos é um dom, um presente, uma vocação ou simplesmente um desejo.

Amizade na verdade é tudo isso junto com uma pitadinha de amor....

Nesse site tenho encontrado bons e queridos amigos... E isso tem sido tão bom para mim.

E eu desejo para você meu amiguinho ou amiguinha o mesmo sentimento de carinho que tenho recebido aqui.

E para regar uma amizade,vou dar uma dica bem legal:

Amanhã, ao acordar de manhã, se dê um sorriso bem bonito na frente do espelho, aprecie o sol, o céu, ou as nuvens, ou a chuva...

E durante o dia, quando encontrar com os seus amigos, dê um abraço bem apertado neles e não se esqueça de lhes dizer o quanto são importantes pra você.


Eu tenho certeza que eles vão adorar...

Afinal, cono já dizia o poeta Milton Nascimento: Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito...dentro do coração...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

skindô Skindô



Vamos conhecer um pouquinho da história do carnaval:


Carnaval: história e atualidade


Festa popular, o carnaval ocorre em regiões católicas, mas sua origem é obscura. No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Hoje é uma das manifestações mais populares do país e festejado em todo o território nacional.

Conceito e origem

O carnaval é um conjunto de festividades populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas nos dias que antecedem o início da Quaresma, principalmente do domingo da Qüinquagésima à chamada terça-feira gorda. Embora centrado no disfarce, na música, na dança e em gestos, a folia apresenta características distintas nas cidades em que se popularizou.


O termo carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne.


A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida.

Período de duração

Os dias exatos do início e fim da estação carnavalesca variam de acordo com as tradições nacionais e locais, e têm-se alterado no tempo. Assim, em Munique e na Baviera (Alemanha), ela começa na festa da Epifania, 6 de janeiro (dia dos Reis Magos), enquanto em Colônia e na Renânia, também na Alemanha, o carnaval começa às 11h11min do dia 11 de novembro (undécimo mês do ano). Na França, a celebração se restringe à terça-feira gorda e à mi-carême, quinta-feira da terceira semana da Quaresma. Nos Estados Unidos, festeja-se o carnaval principalmente de 6 de janeiro à terça-feira gorda (mardi-gras em francês, idioma dos primeiros colonizadores de Nova Orleans, na Louisiana), enquanto na Espanha a quarta-feira de cinzas se inclui no período momesco, como lembrança de uma fase em que esse dia não fazia parte da Quaresma. No Brasil, até a década de 1940, sobretudo no Rio de Janeiro, as festas pré-carnavalescas se iniciavam em outubro, na comemoração de N. Sra. da Penha, crescia durante a passagem de ano e atingia o auge nos quatro dias anteriores às Cinzas — sábado, domingo, segunda e terça-feira gorda. Hoje em dia, tanto em Recife (Pernambuco), quanto em Salvador (Bahia), o carnaval inclui a quarta-feira de cinzas e dias subseqüentes, chegando, por vezes, a incluir o sábado de Aleluia.

Carnaval no Brasil

Nem um décimo do povo participa hoje ativamente do carnaval— ao contrário do que ocorria em sua época de ouro, do fim do século XIX até a década de 1950. Entretanto, o carnaval brasileiro ainda é considerado um dos melhores do mundo, seja pelos turistas estrangeiros como por boa parte dos brasileiros, principalmente o público jovem que não alcançou a glória do carnaval verdadeiramente popular. Como declarou Luís da Câmara Cascudo, etnólogo, musicólogo e folclorista, "o carnaval de hoje é de desfile, carnaval assistido, paga-se para ver. O carnaval, digamos, de 1922 era compartilhado, dançado, pulado, gritado, catucado. Agora não é mais assim, é para ser visto".

Entrudo.

O entrudo, importado dos Açores, foi o precursor das festas de carnaval, trazido pelo colonizador português. Grosseiro, violento, imundo, constituiu a forma mais generalizada de brincar no período colonial e monárquico, mas também a mais popular. Consistia em lançar, sobre os outros foliões, baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal (uma brutalidade, que poderia cegar as pessoas atingidas), vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas. Esta estupidez, porém, era tolerada pelo imperador Pedro II e foi praticada com entusiasmo, na Quinta da Boa Vista e em seus jardins, pela chamada nobreza... E foi livre até o aparecimento do lança-perfume, já no século XX, assim como do confete e da serpentina, trazidos da Europa.

O Zé-Pereira

Em todo o Brasil, mas sobretudo no Rio de Janeiro, havia o costume de se prestar homenagem galhofeira a notórios tipos populares de cada cidade ou vila do país durante os festejos de Momo. O mais famoso tipo carioca foi um sapateiro português, chamado José Nogueira de Azevedo Paredes. Segundo o historiador Vieira Fazenda, foi ele o introdutor, em 1846, do hábito de animar a folia ao som de zabumbas e tambores, em passeatas pelas ruas, como se fazia em sua terra. O zé-pereira cresceu de fama no fim do século XIX, quando o ator Vasques elogiou a barulhada encenando a comédia carnavalesca O Zé-Pereira, na qual propagava os versos que o zabumba cantava anualmente: E viva o Zé-Pereira/Pois que a ninguém faz mal./Viva a pagodeira/dos dias de Carnaval! A peça não passava de uma paródia de Les Pompiers de Nanterre, encenada em 1896. No início do século XX, por volta da segunda década, a percussão do zé-pereira cedeu a vez a outros instrumentos como o pandeiro, o tamborim, o reco-reco, a cuíca, o triângulo e as "frigideiras".

As fantasias

O uso de fantasias e máscaras teve, em todo o Brasil, mais de setenta anos de sucesso — de 1870 até início do decênio de 1950. Começou a declinar depois de 1930, quando encareceram os materiais para confeccionar as fantasias — fazendas e ornamentos –, sapatilhas, botinas, quepes, boinas, bonés etc. As roupas de disfarce, ou as fantasias que embelezaram rapazes e moças, foram aos poucos sendo reduzidas ao mais sumário possível, em nome da liberdade de movimentos e da fuga à insolação do período mais quente do ano.

E foram desaparecendo os disfarces mais famosos do tempo do império e início da república, como a caveira, o velho, o burro (com orelhões e tudo), o doutor, o morcego, diabinho e diabão, o pai João, a morte, o príncipe, o mandarim, o rajá, o marajá. E também fantasias clássicas da commedia dell’arte italiana, como dominó, pierrô, arlequim e colombina — de largo emprego entre foliões e que já não tinham razão de ser, depois que a polícia proibiu o uso de máscaras nos salões e nas ruas... Aliás, desde 1685 as máscaras ora eram proibidas, ora liberadas. E a proibição era séria, bastando dizer que as penas, já no século XVII, eram rigorosíssimas: um proclama do governador Duarte Teixeira Chaves mandava que negros e mulatos mascarados fossem chicoteados em praça pública, e brancos mascarados fossem degredados para a Colônia do Sacramento...



E agora, vamos cair na folia....

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Bertolt Brecht para crianças


Bertolt Brecht foi um poeta e dramaturgo alemão.

Ele queria que a arte servisse para transformar o mundo. Era político e pacifista. Enquanto alguns buscavam a boa nova, ele procurava a nova verdade. Uma verdade onde estivessem representados também os pobres e oprimidos. Mas ele também escreveu para crianças? Essa pergunta nos pega de surpresa. Sim, muitos de seus poemas podem ser dirigidos às crianças. Poemas que falam de alfaiates que querem voar, de pipas que cumprimentam aeroplanos, de casas junto ao lago, entre árvores, de ameixeiras que prometem frutos e de ladrões de cerejas que pagam o que roubam com canções.

Um Brecht diferente, menos sisudo e mais terno. Um Brecht, enfim, que usa uma linguagem acessível às crianças.

Eis algumas de suas obras:


A Fumaça


A casinha
Entre árvores junto ao lago,
Do telhado sobe a fumaça.
Se ela faltasse,
que tristeza seria
Casa, árvores e lago.



Hollywood

Toda manhã, para ganhar meu pão,
Vou ao mercado onde se compram mentiras
Cheio de esperança,
Pego a fila dos vendedores.




Troca de roda

Sento na beira da estrada.
O motorista troca a roda.
Não gosto do lugar de onde venho
Não gosto do lugar para onde vou.
Porque olho a troca da roda
Com impaciência?




A ameixeira



No pátio tem uma ameixeira
Pequena, não existe menor
Para ninguém nela pisar,
Puseram grade ao redor

Deseja se desenvolver
Encorpar, ficar bem maior
Mas nunca poderá crescer
Sem receber a luz do sol.

Difícil saber se é ameixeira,
Pois ameixas ainda não há,
Mas é ameixeira, com certeza,
Pelo tipo de folhas que dá.



Escrito com giz no muro


Queremos a guerra.
Quem isso escreveu
Já morreu.


Regar o jardim


Regar o jardim, dar viço o verde!
Regar plantas sedentas! Seja generoso.
E não se esqueça dos arbustos, nem
Os sem frutos, os esgotados,
Os avaros! E não se esqueça
Da erva entre as flores, que também
Tem sede. Não regue apenas
A grama fresca ou e a ressequida:
Refresque também o solo nu.


A pipa


Voa, voa, graciosa pipa
Sobe ao céu, solta as asas,
Voa, voa, no horizonte,
Sobre nossas pobres casas.

Se na linha preso estás,
Pipa graciosa de papel,
Audaz, aos quatro ventos,
Solta-te, no azul do céu.

Voa, pipa, pois contentes
A te olhar aqui ficamos.
És precursora dos aeroplanos:
Vire-se e os cumprimente.




O ladrão de cerejas



Uma manhã, bem cedo,
Antes do primeiro canto do galo
Acordei com um assovio
e fui à janela.
Em cima da cerejeira
–a madrugada inundava meu jardim –
vi um rapaz de calças remendada
colhendo alegremente minhas cerejas.
Ao me ver,
saudou-me com a cabeça,
enquanto, com as duas mãos,
passava as cerejas dos ramos para os seus bolsos.
Depois de um bom tempo de novo em minha cama,
Ouvi o assovio de sua alegre canção.



O alfaiate de Ulm (1592)


"Bispo" disse o alfaiate,
"Eu agora consigo voar!"
Se quiser, posso lhe mostrar.
E dizendo, o alfaiate,
com asas muito estranhas,
subiu no teto da matriz,
mas o bispo saber não quis.
"Isso é um grande disparate"
falou ele ao alfaiate,
"o homem pássaro não é
E voar é impossível",



"Mas o alfaiate é diferente",
disse ao Bispo muita gente.
Não adiantou. E que confusão!
Do vôo malogrado do infeliz
Sobrou um corpo estatelado
Bem na praça da matriz,
Os sinos começaram a bater.
E o Bispo falou: "defender
Que um homem pode voar
é falta de fé. Ele nunca voará
por um motivo: pássaro não é."

Sergio Caparrelli in wwww.trigrealbino.com.br

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Bela História da Menina-Vento


(imagem de Gaelle Boysonnard)



Era uma vez uma menina que queria voar como o vento.

Ela não queria simplesmente voar com o vento, ela queria ser o vento.
Um vento manso desses que levanta as saias das moças nas tardes de outono, e que balança as roupas no varal, de mansinho, sem presa de secar.

Ah! A menina daria tudo na vida para se transformar no vento!
Era um sonho impossível, ela sabia.

Mas o que podia fazer?
Ela sonhava todos os dias com isso, e de tanto que sonhava, passava os dias dando suspiros sem fim.

Quando a mãe lhe perguntava o porquê de tantos suspiros, a menina disfarçava uma alegria pequena e saía rapidinho de perto da mãe.
Mas não ia muito longe não.

Dali a pouco estava suspirando de novo.

Ah! O que ela queria mesmo na vida era ser vento.
De tanto que a menina pensou no assunto, um dia ela acabou virando vento.
A menina tinha acabado de chegar da escola, quando começou a sentir que algo de diferente estava acontecendo com ela.

Um friozinho gelado, um faniquito esquisito...

O que poderia ser aquilo?

Que sensação mais ululante era aquela que parecia fazer cosquinha no umbigo e descia até as pernas, e subia até a cabeça, novamente, sem parar, tudo de uma vez só?

Depois disso, ela foi sentindo seu corpo ficando levinho de pluma, levíssimo de pena, e antes que se desse conta, a menina foi virando vento.
A janela do seu quarto estava aberta, e foi por ali mesmo que ela saiu de fininho, de mansinho, de encontro com o ar que a recebeu, pode-se dizer assim, de braços abertos.

Embasbacada diante do ocorrido, a menina só se deu conta que era vento, quando subitamente, sentiu que acariciava suavemente as folhas de uma árvore e quando as faces cansadas das avós deslizaram brandamente em seu corpo fluído... de vento.
Que sensação boa era aquela!

Que liberdade sensacional, voar!
Se tivesse boca, sorriria.
Se tivesse braços, os abriria para receber aquela aragem amena, assim como o girassol abre sua flor para o sol.
Ou a terra recebe a chuva refrescante em sua alma quente.

A menina queria abraçar o mundo com o suave sopro que saía de dentro de si.

Feliz, ela descobriu que podia viajar, sem pagar nada! Sem atropelos, sem atrasos, sem trânsito!
Livre, livre, como... O vento!
E feita a descoberta, porque não?
Porque não viajar apenas no compasso de seus braços de ventagem e suas pernas
feitos de brisagem?

Como vento, ela podia perambular caminhos. E foi o que fez.
Refrescou operários de uma construção no centro da cidade,
Acariciou montanhas e mares,
Abrigou manhãs...

Sua felicidade era tanta que quase quis virar menina de novo só para poder cantar.
Cantar como cantam as crianças.
Sem ritmo, sem pressa, sem afinação, sem nada.
Queria simplesmente cantar, sem a intenção de agradar ninguém e nem de gravar disco.


Cantar mesmo atravessado, a todos os pulmões para quem quisesse ouvir:
-Sou o vento! Sou o vento!
Vagarosamente, a menina-vento atravessou mares-oceanos. Ela não tinha pressa de chegar.

Os humanos tinham uma pressa sem igual, mas ela não.
Ela era natureza. Era uma Menina-Vento.
E Menina-Vento não tem pressa.

Venta para onde bem entende, quando bem entende e com quem bem entende.
É dona do seu nariz. Ou melhor, da sua ventalora.
Para a menina, ser vento era alcançar a plenitude. Ser completa.
Mas mesmo sendo vento, em suas viagens pelos mundos, a menina não perdeu a mania que toda criança tem: De brincar.


A menina-vento brincou com velas brancas dos veleiros que entraram na roda e lançavam-se à frente, retribuindo sua ternura inesperada.
A Menina–Vento levantou espuma no mar.

Cacheou a nuvem, fez firula.
-Como é bom ser vento!
-Que gostoso ventar assim!
Dessa maneira a menina foi do Oiapoque a Chuí, de Bangladesh e Austrália.
Foi do Alasca a Terra do Fogo.

Ventou para todos os lados.

Ventando, soprando, ventando, soprando, ventando, soprando...

Lá pelos lados do Japão, foi que o inesperado aconteceu.

A Menina-Vento, vinha de brisa leve, de mansinho, para não atrapalhar ninguém, vinha na sua, naquele ventinho fraquinho, naquela brisa fresquinha, naquele soprinho refrescante, quando de repente, deparou-se frente a frente, com um ventão daqueles. Ela logo ficou aflita.

Sua parte menina pensou rápido:
-É furacão!
-É vendaval!
-Se segura, que é tufão!

E era mesmo!
Um furacão desses bem fortões que destroem casas e sonhos.
Que destroem plantações e trazem angústia e medo aos corações. Principalmente
das crianças, coitadinhas!

A menina-vento, como era um ventinho á toa, sem importância, não entendia de onde saía aquele ventão tão grandão...

Ventando para lá e para cá à mercê do ventão, sua parte vento, entendeu o furacão.
O Furacão também era parte da natureza, só que carrega dentro de si uma pressa imensa, mas ele não tem culpa disso, não. Ele é mal humorado assim mesmo. É coisa de família.

Quem sabe, se o furacão tirasse umas férias, ele não se acalmava? Ou quem sabe um chazinho da vovó não ajudava?

Ou também quem sabe, o homem, tomasse vergonha na cara, e deixasse de destruir o planeta, e assim todo mundo, ficava livre do mau humor das intempéries naturais, destruidora de coisas dos outros?

Mas naquele momento não havia nada a fazer.
A não ser ficar a mercê da fúria do furacão furioso.
Depois de alguns minutos, rodopiando sem parar, a menina-vento pensou que voltaria a ser menina com todo prazer.

Queria estar na segurança do seu lar, nos braços quentinhos de sua mãe, vendo televisão e comendo pipoca doce.
Mas não.

Lá estava ela, nos Cafundós do Judas, dentro do olho de um furacão!

Cansada de lutar, ela deixou-se levar igual folha seca, até que o furacão com sua força a empurrou para o oceano.

A Menina-Vento, não pensou duas vezes: Tomou o rumo de casa.

América do sul: Aí vou eu!
Vou m’embora para minha terra de palmeiras e sabiás.
Iria cantante, se pudesse cantar, saltitante se pudesse pular.
Mas já que não podia, ia voando mesmo!

Ventando, soprando, ventando, soprando, ventando, soprando.
Foi parar na sua casa.

Entrou pela janela, feito brisa mansa, brincou com as cortinas da sala e rodopiou entre as pernas da mãe, que deu uma gargalhada gostosa.

-Ai! Como é bom ser vento! Mas com certeza é muito melhor ser menina!- pensou ela.

De repente um cheirinho bem conhecido encheu a casa: Pipoca doce.

Delícia deliciosa! Existe coisa mais gostosa no mundo que pipoca doce?
Nessa altura do campeonato tudo o que a Menina-Vento mais queria na vida era se tornar menina novamente.

E poder comer pipoca,
Brincar de boneca,
Ler um livro,
Ir ao cinema,
Conversar com a Letícia, sua melhor amiga.
Menina-Vento, infelizmente só podia ventar.
Depois de ver, ou melhor, sentir tantas sensações maravilhosas, outras horripilantes
como estar no olho do furacão, ela rezava para virar menina outra vez!

De repente, seu corpo foi ficando pesado, e uma voz foi penetrando fundo na sua mente.
-Clara! Clara! Acorde filha! Você dormiu lendo o livro. - falou a mãe com ternura.
Clara levantou meio assustada. Olhou para seus braços.
Pernas.
Pés.
Mãos.
Tudo nos seus devidos lugares.

Tão normais, tão cheios de sardas e limitações.

Ela havia dormido! Tudo não passara de um sonho!Um lindo sonho voante!
Por um momento achou que tivesse realmente virado vento.

Ela viveu uma experiência tão incrível como no dia que andou de montanha-russa pela primeira vez.

Mas, afinal de contas, meninas não se transformam em vento, assim como as bruxas não existem, não é verdade?

Lá da cozinha, sua mãe perguntou se queria comer pipoca com leite condensado.
Clara sorriu e levantou para comer sua pipoquinha, mas sentiu seu corpo diferente.
Ela parecia leve como uma pluma, levinha como uma pena, levíssima como uma brisa suave.

E seu coração também estava diferente.
Transbordava uma alegria espaçosa, deleitosa e deliciosa.
De uma maneira ou de outra seu desejo tinha se realizado, mesmo que tivesse sido só um sonho.

Mesmo que tudo tivesse acontecido num intervalo de um cochilo à tarde.
Uma brisa suave entrou pela janela.
A menina sorriu.

Ela teve a certeza absoluta, uma certeza bem clara em seu coração que se o vento passasse mais forte, ela seria capaz de sair voando.

Vagarosamente, Clara atravessou a sala em direção à cozinha, e nem notou que seus pés mal tocavam o chão.



Gostaram da minha história? te deu também uma vontade de voar? Deu? Ahá, eu sabia que vocês eram um dos meus....

Mas voar infelizmente é só pra passarinho ou avião... Então, vamos voar na imaginação?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009



1,2,3
Acerta o passo Dona Inês
Vamos dar meia volta
Vamos outra vez
Vamos outra vez
Oh! menina Carlota
1,2,3
Damos todos meia volta!

Outra vez!

Outra vez!